sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Eutanásia

O que é? Eutanásia é a prática pela qual se dá termo à vida de um doente terminal de uma forma controlada e assistida por um especialista. Atualmente esta prática é uma questão complicada de bioética e biodireito, pois enquanto o Sistema de Saúde tem como princípio a proteção da vida dos seus cidadãos, existem aqueles que, devido ao seu estado precário de saúde, desejam dar um fim ao seu sofrimento antecipando a morte. Existem duas tipos de Eutanásia: - "Eutanásia Activa": conta com um desenrolar de acções que têm por fim dar termo à vida, na medida em que é planeada e negociada entre o doente e o profissional que vai praticar a acção. - "Eutanásia Passiva": não provoca deliberadamente a morte, no entanto, com o passar do tempo, conjuntamente com a interrupção de todos e quaisquer cuidados médicos ou farmacêuticos, o doente acaba por falecer. São cessadas todas e quaisquer ações que tenham por fim prolongar a vida do doente, mas não há nenhum acto que provoque a morte, assim como também não há nenhum que a impeça. Alguns argumentos a favor: Os argumentos a favor da eutanásia baseiam-se em que esta seja uma forma de evitar a dor e o sofrimento de pessoas em fase terminal. Acredita-se que este é um caminho consciente que reflete uma escolha informada sobre o término de uma vida. A defesa da autonomia absoluta de cada individuo, a alegação do direito à autodeterminação, o direito à escolha pela vida e pelo momento da morte são alguns dos principais objectivos a alcançar pelos defensores da eutanásia. Uma defesa que assume o interesse individual acima do da sociedade que visa proteger a vida. A eutanásia não defende a morte, mas sim a possibilidade de escolher pela mesma por parte de quem a reconhece como a melhor ou a única opção. "A dor, sofrimento e o esgotamento do projeto de vida, são situações que levam as pessoas a desistirem de viver" (Pinto, Silva – 2004 - 36) Alguns argumentos contra: Os argumentos contra a eutanásia são muitos, religiosos, éticos e até os políticos e sociais. Do ponto de vista religioso a eutanásia é tida como uma negação do direito à vida humana, devendo este ser um exclusivo reservado ao Senhor, ou seja, só Deus pode tirar a vida de alguém, independentemente da situação. Da perspectiva da ética médica, a eutanásia é considerada homicídio pois o juramento que cada profissional de saúde faz quando acaba a sua formação diz:”o médico não pode ser juiz da vida ou da morte” . Assim cada médico tem de cumprir o juramento Hipocrático e assistir o paciente, fornecendo-lhe todo e qualquer meio necessário ao prolongamento da sua vida. Para além disto, existem alguns casos de indivíduos estão sem qualquer esperança por parte da Medicina tradicional e posteriormente encontram alternativas conseguem alcançar a cura. "Nunca é lícito matar o outro: ainda que ele o quisesse, mesmo se ele o pedisse (…) nem é lícito sequer quando o doente já não estivesse em condições de sobreviver" (Santo Agostinho in Epístola)